Texto: Gabriela Linhares

Se você tivesse a oportunidade de perguntar a um engenheiro executivo qual a origem dos principais problemas que acontecem em obras, é muito provável que a maioria dos entrevistados respondam: incompatibilização de projetos!

Hoje em dia, com o aumento das especialidades de projetos – graças em grande parte aos avanços tecnológicos – o desenvolvimento de projetos tem se tornado mais segmentado. Isso faz com que os projetistas se tornem mais distantes e a comunicação e integração entre projetos diminua.

Como consequência, é comum verificar problemas, que poderiam ser resolvidos em fase de projeto, sejam solucionados na etapa executiva da obra, trazendo adaptações desnecessárias que em alguns casos podem gerar patologias. Além de retrabalho, há a perca de tempo, de material e de mão de obra, ou seja, aumento de custo.

Os problemas são diversos, desde uma porta que não cabe num ambiente, até uma tubulação que passa numa viga num local mais frágil. Com o avanço da tecnologia e com a exigência do mercado por edificações mais sustentáveis, que sejam construídas em menos tempo, menos entulho e menos retrabalho, a compatibilização de projetos vem se tornando crucial para projetos e projetistas.

A compatibilização de projetos consiste em averiguar interferências entre projetos (arquitetônico, de estruturas, elétrico, hidráulico, sanitário, gás, paisagismo, automação, entre outros) antes da execução da obra, para assim antecipar problemas e dar soluções inteligentes, uma vez que ainda se está em fase de projeto.

“Quando os diversos agentes dessa cadeia possuem uma visão global da edificação e se dedicam ao planejamento, alcançamos soluções integradas entre as diversas áreas e tornamos um empreendimento realizável.” (Francisco Gonçalves Jr – GUIA – Compatibilização de projetos com o auxílio do BIM).

Fonte: http://www.au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/211/tudo-coordenado-238914-1.aspx

É papel do coordenador de projetos realizar essa integração entre profissionais sensibilizando-os a trocarem informações, reunirem dados consistentes e buscarem, juntos, as melhores soluções para evitar as incompatibilidades entre projetos.

A maneira mais avançada que se têm hoje em dia de compatibilizar os projetos é através da Building Information Modeling – BIM. Além do desenho em 3D, o BIM inclui elementos paramétricos, ou seja, ele une desenho aos dados necessários para se avaliar interferências, antecipar problemas e para garantir a execução eficiente do projeto, evitando, por exemplo, retrabalho e desperdícios de materiais. Com sistemas especializados em BIM, também é possível efetuar rapidamente diversas simulações, contemplando diferentes cenários e antecipando as dificuldades.